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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O verão em que torci o pé

Torcer o tornozelo pode mudar a tua vida. E para melhor.

Foi uma queda estúpida. Virei o pé descendo a calçada e cai no chão, por cima do pé.
Uma vez quebrei o rádio (do antebraço) escorregando no chão. Qualquer semelhança com aquele anti-herói de O corpo fechado pode não ser coincidência.

Fui trabalhar achando que era mais uma torção simples, já que vivo tropeçando. Mas inchou de uma maneira que fui no médico. Tala. Sim. Tala por uma semana. E muletas pra completar.

Uma pessoa com a musculatura fraca, acima do peso, sedentária como eu não consegue andar de muletas. Não consegue. Fiquei ofendida e envergonhada quando vi um cara na tv fazendo embaixadinhas de muletas, com o toco da perna.

No meio do meu desespero com essa situação, liguei para uma pessoa. Ai começaram as mudanças boas.
A pessoa se reaproximou de mim, cuidou, comprou comida, ligava todo dia e os outros capítulos conto em outro post.

Sim. É uma boa mudança. Mas há outras. Percebi que os amigos de verdade te procuram. E te visitam. A maioria mora bastante longe de mim (considerando o trânsito de Florianópolis, é praticamente uma viagem) então ninguém veio (exceto a pessoa, claro).

Mas recebi muito apoio pela internet. Foi legal. Sem internet eu não teria comida, água, conversas e um pacote de massagem me esperando pra quando eu puder andar.

Vi a quem devo dar valor.

E finalmente me convenci a deixar de ser sedentária. Com quase trinta, vou morrer se tropeçar aos 40. Então vou começar um programa de caminhadas e pilates. Hoje começo a fisio para voltar a andar.

E aprendi a controlar minha ansiedade. Mesmo 30 dias dentro de casa, podendo comprar o que quisesse para comer, não engordei. Não ataquei a geladeira. Não liguei pro tele-pizza. E estou orgulhosa de mim.

Me senti sozinha algumas vezes sim. Mas isso a gente supera.