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domingo, 22 de novembro de 2009

Crise de identidade

As letras sempre tiveram importância fundamental na minha vida. Já comentei que leio desde pequena e amo ler e escrever.
Percebo que a letra escrita vem ganhando espaço e função social cada vez maiores. Até pouco tempo a comunicação era predominantemente oral. Ouvíamos histórias, ouvíamos rádio, ouvíamos os outros.
Hoje lemos na internet, lemos na tv, no jornal, no ônibus, no rótulo das embalagens.
Importante ressaltar que continua sendo fundamental ouvir os outros, ouvir histórias, deixar a imaginação fluir. Mas percebe que a necessidade por ler bastante e rápido cresceu rapidamente?
Você que lê essas linhas mal traçadas, teve que ler muito até chegar aqui.
E eu escrevo pra mim e pra ti.E a partir de relações entre as músicas, livros, pessoas, filmes e experiências vividas. Sempre tem citações escondidas. A vida é feita dessas conexões.
Comunicar-se é intrínseco ao ser humano. Desde antes de andar sobre duas pernas, eu acho.
E parece cada vez tarefa mais difícil: fazer-se entender e entender o outro.
Penso nisso quando ouço o "tlulu" do msn do vizinho de porta e o máximo que nos comunicamos foi "oi", por educação.
Muitos já falaram sobre isso: conversamos com amigos da India, dos EUA, do Rio, de Minas, de SP, de Videira, da cidade natal, mas não falamos com os seres de carne e osso que passam por nós todos os dias. Não dirigimos a palavra à moça da portaria que vemos quatro vezes por semana na faculdade. Particularmente, pergunto "tudo bem?" a alguns amigos quando eles fazem aquela cara de "fazer o quê" e abraço eles. Mas ao mesmo tempo sou muito estúpida com muita gente. Também não sei o porquê. Estou analisando isso para modificar.
É uma das tantas crises com a qual me deparo. De me observar comportamentos que condeno. De ser ansiosa, de não gostar de ficar esperando (eu nasci de 9 meses como a maioria). Mas parece que ansiedade é uma doença do momento. Desse momento doido de não saber parar, de correr pra lá e pra cá, de fazer, fazer, fazer.
Os gregos, que descobriram tantas coisas, escreveram obras iluminadas que lemos até hoje, tinham tempo.
Mas o Chronos é o mesmo, que seguirá devorando seus filhos ad eternum. Chamam isso de 'ócio criativo', mas é parar e observar mesmo. Heráclito teve a lúcida ideia sobre o rio provavelmente observando vários dias, com calma.
Hoje querem que a gente faça tudo ao mesmo tempo, leia os lançamentos, saiba das últimas notícias, faça vários cursos, sempre atualizado! E tempo para processar tudo isso? Para analisar, conectar, refletir, escrever sobre...
Falo sobre muitas coisas ao mesmo tempo. Vou conectando as ideias, os sentimentos....
Conectem-se, pessoas.
O mundo fica melhor com reciprocidade.

sábado, 21 de novembro de 2009

Inspirada por Rui Lemes

Gente, as pessoas especiais que encontro pelo caminho são fonte de inspiração.
Hoje me inspirei no Rui. Veja o blog do guri: virgomundo.blogspot.com/ 
Li um dos textos dele e teci o comentário que reproduzo abaixo.
"Rui, bela reflexão sobre Benjamin. Também penso, algumas vezes, nas possibilidades. Mas o 'se' não existe. Se fosse, se viesse, se fizesse. Não. Reflita, analise e faça. O resto é consequência. A lei da ação e reação é perfeita. E sejamos felizes com o que construimos e com o que o universo nos proporciona. Me tocou o momento que tu parou na frente do prédio. Tu parece pertencer ao grupo dos poucos que observa a vida, que aproveita a viagem, que olha as flores pelo caminho. Isso é a beleza da vida. Inspire-se e expire. Tudo na vida é trabalho (pra mim). Mas um trabalho muito prazeiroso. ;* Chris"


Percebe-se que ao comentar, quase fiz um novo post. :D
Carpe diem, pessoas, mas pensem nas consequências. O momento é unico.
Sejam felizes.

sábado, 14 de novembro de 2009

Inspirada por Leonardo Schabbach

Pessoas que gostam de ler e escrever me deixam feliz e com esperança de um mundo melhor.
Parece uma frase vazia, daquelas de concurso de Miss, mas pra mim é cheia de significado.
Tem um guri, o Leo Schabbach (sigam ele no twitter http://twitter.com/leoschabbach e o blog dele http://www.napontadoslapis.com.br/2009/11/escrever-e-preciso.html ) que lê, escreve bem, faz mestrado e publicou uma postagem ontem que me fez ter vontade de escrever também.
No texto dele (leia no link do blog dele) há depoimento sobre o processo de escrita dele enquanto contista e leitor/escritor assíduo e apaixonado.
Para mim a leitura e a escrita são uma paixão.
Meu mestrado é sobre leitura e o doutorado será sobre escrita, justamente porque leio desde os 3 anos de idade e escreve desde os 6, 7. Tive incentivo de uma família que lia. Mas nasci com isso. Não tenho a habilidade do Leo de escrever contos, mas parece que tenho alguma habilidade em tocar as pessoas e talvez até fazer com que concordem comigo.
Por meu histórico, ser professora é natural. A paixão por ler e escrever, a paixão por ensinar, a paixão pelos meus alunos (alguns a gente ama menos), pelo brilho no olho deles.
Já compartilhei com vocês minha experiência do mini curso. Eu tinha 14 alunos de graduação (eu estava sentada ali em 2007 e provavelmente sentarei de novo para concluir a graduação em LP) me olhando intrigados, fazendo perguntas, ficando em silência a perguntas do tipo "para que serve ensinar letra cursiva?"; "para que riscar tanto o texto do aluno? deixa ele escrever, depois ensina". Frizando que se deve ensinar sim.
Eu, graças ao universo, superei o trauma de ter todas as minhas partículas coordenativas riscadas em vermelho dos textos e segui escrevendo. Era algo assim "e eu sai e eu fui passear no centro e eu vi um prédio bonito e eu gostei e e me diverti e eu voltei pra casa". 
Comento com algumas pessoas que prefiro conteúdo ao invés da forma. A forma é importante, gente, mas forma vazia, serve para quê? 
Deixa escrever, deixa criar, deixa produzir, deixa pensar, deixa ser livre, deixa se expressar. A forma vai sendo ensinada e aprendida ao longo desse processo.
      




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro (Vinicius)

hoje uma amiga que não vejo há anos, foi para a ásia.
conversávamos pelos corredores da ufrgs, mas nunca saimos juntas. voltamos a conversar graças à internet (amo muito tudo isso) e foi como se a gente continuasse se falando pelos corredores como há 5 anos.
ela vai ficar um ano fora. continuaremos nos falando pela internet. mas os olhos teimam em se lavar por dentro. talvez porque sei que ela não está mais na cidade dela e sim num outro país, novo, diferente, cheio de gente nova. um mondo se abre hoje pra ela.
a rose escreveu no blog dela uma linda mensagem, que me comoveu. este texto é pra ela. educadora, sensível, amante de deus, das pessoas e da vida.
muito sucesso nessa nova caminhada e que retornes à terrinha uma pessoa ainda mais bela.