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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Entrando na Espanha com o pé esquerdo

Minhas complicações em relação à Espanha começaram logo no início. No trem que sai de Augsburg para Memingen (cidade de onde partia meu voo) peguei no sono e acordei com o trem parado na estação em que tinha que descer. Saí correndo e deu tempo. Mas já foi um susto.

Depois no aeroporto, voando de Ryanair, a aeromoça fala em tom de sargento me mandando colocar tudo numa mesma embalagem. Sim, não se pode ter uma mala e uma bolsa. Não sei como enviei a bolsa dentro da mochila em 30 segundos e embarquei.

Na chegada a Girona (cerca de uma hora e meia de ônibus de Barcelona) não havia ninguém nos guichês de passaporte e todos passaram direto. Não ganhei o tão desejado carimbo no passaporte...

Cheguei bem a Barcelona, peguei o metro conforme indicação do site do Hostel (depois de quase comprar passagem para o trem e o vendedor todo irritado: não vendo tiquet para o metro, só para o trem -  como se eu soubesse que havia os dois) e desci na estação indicada. Na verdade, era o nome da rua. E por isso andei 6 grandes quadras. Achei o Hostel, peguei os mapas, me informei e sai para ver a cidade. Tinha menos de um dia antes de ir para Madrid. Queria muito ver a Sagrada Familia. Realmente é magnífica. Mas fechava para visitação às 18h. Fui então para o centro, conhecer a famosa Rambla. Não vi nada demais... E um "senhor" me viu tirando fotos, puxou assunto e me convidou para um café. Disse que ia para o outro lado e entrei na primeira loja que vi.

Para voltar, me perdi. Não peguei o metro, peguei o trem, porque já havia pago e uma senhora informou que podia ir, era só uma estação. Não reconheci a rua ao descer e comecei a procurar a numeração. Já eram 21 horas e não me dei conta de que estava do lado impar da rua e o meu número era 436. Andei, andei, andei, pedi para ir no banheiro, voltei, pedi informação e quando achei que estava perto... Se você está no 450 de um lado da rua, quando atravessa está no 580! Não entendo como... E isso dá umas 5 quadras... Cheguei exausta no hostel, tomei banho e fui dormir, achando que o dia estranho iria acabar. Pois  os quartos são mistos e havia 2 homens roncando. Tanto que me acordei de madrugada. Fiquei cerca de uma hora acordada. Peguei os protetores auriculares que a Tam me deu, peguei os fones de ouvido para colocar música e nada. Um deles roncava muito alto. Eu estava enlouquecendo às 5 horas da manhã. Ah, e às 3h algum desesperado sem chave (a recepção fecha e todos os hóspedes têm as chaves do hostel - estranho) tocou insistentemente a campainha. Me irritei e fui dormir na sala de tv. Dormi lá até as 7h e voltei para o quarto antes que alguém me visse. O ronco havia diminuído e consegui dormir até as 9h.

Tomei café, ajeitei as coisas e saí para o aeroporto. O "gallo" do Hostel me disse que era perto. Que nada. Desci no terminal 1 e era no 2. Tinha que pegar um ônibus. Claro que perdi o voo para Santander. Fui procurar trem, já que queria sair dali de uma vez! Na internet dizia que era 30 euros. Fui pegar o trem, tem uma estação no aeroporto, e custa 60 euros para viajar a noite toda. Comprei. Fiquei dando voltas pela cidade com a mochila nas coisas, almocei com todo o tempo do mundo, fui na Fundación Miró, caminhei um monte e peguei o trem para Madrid.

Espero que em Madrid seja melhor.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Me adaptando

Estou começando a me adaptar. Ainda sinto muito frio, mas comprei uma bota com forro de pele de ovelha por dentro que é muito boa!

Eu não tive problemas com o fuso horário (são 3 horas a mais aqui), nem com a comida, nem com o transporte. Me perdi algumas vezes, dei umas voltas a mais, mas encontrei os locais. Encontrei gente muito legal também!
E o que menos conheci aqui foram alemães! Eles não falam com gente que não conhecem. Então nos encontros, através do Couch Surfing, conheci australiano, italiano, brasileiro, peruano, ucraniano, iraniano... Só conheci alemães que estão no CS porque estão abertos a conhecer novas pessoas.

E continuo observando as coisas ao meu redor e estranhando algumas. Por exemplo, quase não se vê crianças na rua. Somente no horário do almoço. Pelo centro não há. Mas há muitas mães com bebês nos carrinhos. Totalmente cobertos, mas na rua com esse frio! E também não se vê pobres, nem casas feias. Vi somente dois pedintes no centro.

Estou aqui há quase 20 dias. Na outra semana vou passar 10 dias na Espanha, depois volto e já está na hora de fazer as malas pela última vez.

Ah, isso de fazer as malas é atípico pra mim também. Toda semana um lugar diferente. Estou em um 3o lugar agora. Já nem desfaço as malas, só vou trocando as roupas. E atravessar a cidade de um ponto ao outro carregando a casa nas costas. O bom é conhecer a cidade e as pessoas.

O que mais gostei daqui foi conhecer gente. Gente que está aberta para conversar, para se ajudar. Recobrei um bom quinhão de esperança na humanidade