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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Curiosidades sobre os alemães

Estando aqui se pode observar coisas que talvez não se aprenda em cursos de idiomas.

Por exemplo, quando cheguei, minha amiga brasileira que mora aqui há alguns anos me explicou que eles, quando vão ao banheiro, colocam todo o papel no vaso. Isso, junto com a descarga. As lixeiras nos banheiros públicos são bem pequeninhas, para colocar outras coisas que não o papel higiênico. Eles acham nojento o fato de nós colocarmos no lixo. Bem, não sei o que se faz com esse lixo todo, mas colocar junto com a água me pareceu tão antiecológico...

Bem, outro fato muito curioso: aqui cachorros podem andar por tudo. Vi dos grandões e dos pequenos. Por todos os lados: no tram, na universidade, no supermercado... E como são educados! Não latem, não ficam andando. Ficam paradinhos do lado do dono aguardando instruções! Impressionante.

Não sei porque, mas aqui as alianças de casado são utilizadas no dedo anelar da mão direita. Não sei se usam anel de noivado, nem em que mão, mas a de casamento é na direita.

Os alemães são muito silenciosos. É tudo muito sério quieto. No trem quase não se ouve pessoas conversando. E falam baixinho. Só no restaurante universitário ouvi gente conversando. Mas eles não conversam com estranhos. Ninguém puxa conversa se senta ao lado. Cada um na sua.

E estou provando agora uma Fanta laranja, e ela não é laranja! A Fanta aqui é amarela porque não tem conservantes. O sabor é um pouco mais suave e tem mais gás. Aliás, quase tudo aqui tem gás. A água de garrafinha é com gás e é deliciosa. Os sucos nos restaurantes também costumam ser gaseificados. E por falar em sucos, são bem esquisitos... O de laranja parece ser feito de casca de tão amargo... O de maçã é famoso, com gás é meio estranho, mas bebível.

E não se vê muita gente na rua. A maioria é de senhoras com mais de 60 ou jovens de vinte e poucos. Talvez os adultos estejam trabalhando. Outra coisa inusitada é que as mulheres com filhos passeiam com os bebês na rua nesse frio! Eles estão todos cobertos, o carrinho é fechado com cobertor ou plástico, mas estão por aí, expostos a temperaturas negativas...

E quantas lojas de vestidos de noiva! No bairro que estou agora vi várias! Aqui parece que ainda se acredita em casamento.

Bem, para uma semana são muitas descobertas! Estou adorando!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Primeiros dias na Alemanha

Aqui é tudo diferente. Tudo lindo, tudo gostoso. Tudo organizado. E não é exagero. Tem os horários dos tram (bondinhos) e exatamente faltando um minuto ele aparece. As pessoas chegam no horário, inclusive para almoços com amigos. As ruas são limpas, os pontos de ônibus, as estações. Vi algumas pichações, mas bem poucas.

Estou começando a me acostumar com o frio. Nos primeiros dias parecia que meu nariz ia congelar. Vi um pouco de neve caíndo. Estava na rua, indo ao mercado e vi uns flocos bem pequenos. Fiquei parada no meio da rua olhando para cima, encantada!

Sábado foi o primeiro dia em que fiquei na rua mais tempo. Caminhei no centro com uma amiga peruana que conheci aqui. Ficamos entrando em várias lojas, olhando a cidade. Consegui aguentar o frio.

As pessoas aqui gostam muito de se encontrar, seja para um café, uma janta ou para beber. Elas parecem ter mais tempo aqui. Augsburg é uma cidade pequena, são cerca de 200 mil pessoas. Os que conheci trabalham e estudam mas conseguem ter tempo e algum dinheiro para sair. Aqui as pessoas vivem com dignidade: podem comprar uma roupa, sair para jantar, estudar, ter uma casa confortável. Aqui há qualidade de vida.

O único estranhamento é ninguém puxar assunto. Ou quase ninguém. Andando pelo centro um cubano nos ouviu falando em espanhol e foi conversando conosco por quadras. Um engenheiro mecânico que trabalha em cruzeiros. E negro como a noite. Coisa incomum aqui. Ele mesmo disse que se sente observado.

Uma coisa que se aprende aqui é que há pessoas legais e que querem se ajudar. Muitos estranhos me ajudaram. E há muitos latinos por aqui, que se identificam. Porque estranhamos o jeito alemão de atuar. Mas é o único defeito deles.

Eu estou amando essa experiência. Consigo fazer muitas coisas aqui, ao mesmo tempo em que a rotina é tranquila. E o dinheiro, embora seja pouco, permite algumas atividades.

E a sensação de conseguir fazer as coisas é muito boa. Consegui chegar sozinha do Brasil até aqui. Comprei o tíquete do trem, desci nas estações certas, peguei o táxi. Aprendi a me locomover aqui, vou sozinha ao centro, consigo fazer compras sozinha. Digo isso porque não é tão óbvio assim. No início dá receio porque eu não falo alemão, porque a cultura é diferente e porque é do outro lado do mundo. Mas aqui é muito mais seguro e tranquilo.

Ah, e outra coisa: aqui quase todo mundo fala inglês. Então num mesmo almoço falamos português, inglês e eu ouço alemão. Já estou conseguindo captar algumas palavras. E aprendi algumas necessárias para a sobrevivência como Hauptbahnof, que é a estação central dos trens; bitte e danke, que é por favor e obrigado; e entschuldigen, que serve para desculpe e licença. Acho que vou estudar alemão quando voltar para casa!

Alles Gute!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Estou na Alemanha!

A partir de agora vou registrar aqui minhas impressões sobre esta grande viagem!

Cheguei em Frankfurt. Não há neve. Está 4 graus. Fui na rua sentir o frio: é gelado!!

Fiquei olhando todas as lojas caras. E andei muito. O aeroporto é gigante! O maior da Alemanha. Tenho 3 horas para ficar aqui. Não vale a pena ir para a cidade.

Consegui comprar um cartão para ligar para minha mãe. É muito caro fazer uma ligação para o outro lado do Atlântico: 10 euros para 6 minutos.

Encontrei alguns alemães simpáticos. Eles e elas são lindos!! Já comecei a me sentir estranha no portão de embarque no Rio porque só escutava alemão e não entendia nada... Voei do lado de um alemão a noite toda e nem sei o nome dele. Não conversamos. Mas ele parecia ser legal.

Na chegada, ao passar pela segurança, dá medo do Polizei. Muito sério, perguntou o que vou fazer, o que estudo, por quanto tempo vou ficar, se falo inglês. Fiquei um pouco nervosa e esqueci como se dizia Applied Linguistics.

Agora estou num delicioso Starbucks tomando um Kakao Capuccino. Estava com saudades disso. E já vi uma rotisserie com uns quitutes maravilhosos!

Todo mundo fala inglês aqui. Isso me deixa mais tranquila. E vai ter uma brasileira me esperando.

O serviço da TAM é de 1ª. Tudo muito confortável, um avião enorme, música, filmes... Ontem jantei ravioli com vinho! Semana passada andei de webjet - nem água eles dão!
Excelente o voo. Já fui para Buenos Aires, mas é igual viajar para São Paulo. Esse não. E passei pela 1ª classe. Nossa, são poltronas que quase viram camas, com uma tela grande de tv, aquelas comidas em mini-porções e, claro, champagne. Eu vim praticamente sentada. Mas essas 12 horas de voo não cansaram tanto quanto 6 horas de ônibus. Vi o excelente "O último bailarino de Mao", que estava em cartaz há pouco em Floripa. Lembrei dos filmes dos ônibus: lançamentos de 1990.

Enfim, são muitas descobertas. E ainda tenho um voo e um trem até chegar a meu destino: Augsburg.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Uma nova experiência

O primeiro texto deste ano começa em tom de despedida.

Depois de um período de espera, incerteza e ansiedade chega o momento de iniciar uma experiência que pode mudar toda a minha vida, pregressa e futura.

Fui convidada a trabalhar em um projeto na Alemanha. Solicitei uma bolsa ao DAAD e fui contemplada. Fiquei muito empolgada com a notícia, afinal, viajar é uma de minhas paixões e terei a oportunidade de ir à Espanha - viagem desejada há mais de dez anos.

Nada foi fácil, nunca. Sempre precisei persistir muito, querer muito e desta vez não foi diferente. Tive que administrar imprevistos, anseios, inexperiência. Mas parece que agora, faltando algumas horas para o embarque,  tudo está se ajeitando.

Quando eu estiver lá, todas as dificuldades terão sido degraus para chegar aqui.

E tive o apoio fundamental de alguns amigos que se colocaram no meu lugar e me compreenderam, me apoiaram e disponibilizaram toda a ajuda possível. Porque não se consegue nada sozinho.

Já me sinto diferente desde agora, prestes a percorrer novos caminhos pelo velho mundo.