Nesses tempos de festas, celebrações, luzes e enfeites de
Natal fico pensando em três coisas: fazemos o horário de verão para economizar
energia, mas ela é gasta com a decoração de final de ano; é quase
impraticável viver sem energia elétrica nessa época de mundo virtual; de qual
energia realmente precisamos para viver?
Deixando de lado a conta de luz, me vi sem energia elétrica
por quase 24 horas na semana entre o Natal e o Ano Novo agora no final de 2014.
No início causa estranhamento: a wifi não funciona, não se pode aquecer comida
no micro-ondas, o telefone também não tem sinal, nossos olhos demoram a se
acostumar com o breu e tentamos lembrar das coisas que se pode fazer sem depender
da invenção de Thomas Edison.
E descobri muitas atividades interessantes para fazer:
conversar olhando nos olhos, jogar canastra, rir com os amigos, sentar ao lado
do fogão à lenha, tocar flauta doce, imaginar formas nas sombras projetadas nas
paredes (sim, Platão), namorar, dormir... Enfim, usem a imaginação de vocês
também. Mas o fato é que a energia realmente necessária é a vital: é a presença
das pessoas que nos fazem bem. Essa é insubstituível e não há simulador que dê
conta ou luz que reproduza o brilho de um olhar.