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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Sobre como ser uma frigideira

Há muitas versões de por que nos juntamos aos pares: pode ser porque uma divindade irada nos partiu ao meio, ou porque nascemos incompletos. Seja como for, creio que há algumas pessoas que são inteiras. Ou frigideiras, já que não têm tampa. Digo isso porque é muito cansativo ser metade, procurar por alguém que se encaixe ou se ajuste. Prefiro ser uma frigideira, aberta, sem necessidade de buscar complemento.
Demorei muito tempo para entender isso. Mas sobrevivi. Sobrevivi ao primeiro aniversário solteira, ao Natal, ao Ano Novo, ao Valentine's Day e ao Dia dos Namorados. Pensei que esse seria o mais difícil, mas foi mais um domingo qualquer.
Pode ser bom ser solteira. Sozinha é uma palavra que remete à solidão, tristeza, mas não é não. Claro que às vezes me sinto a única sozinha nos lugares, mas não é verdade. A maioria daqueles casais ali também está sozinho, cada um no seu mundinho, cada um no seu celular buscando por algo que não está ali.
E eu estou. Plena. Completa.
Claro que se aparecer outra frigideira dando sopa por aí, podemos inventar algumas receitas.