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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mário Quintana

Pesquisando textos para o trabalho que vou desenvolver esse ano para o mestrado, encontrei-me com Mário Quintana. Alegro-me duas vezes: pela arte do encontro (já que precisava desse material) e pela poesia de Quintana, que faz qualquer coração ainda não tanto empedrado pelas agruras da vida sorrir um pouco.
Sobre esse simpático senhor, nasceu em Alegrete (interior do Rio Grande do Sul) em 1906. Foi jornalista, tradutor, escritor e poeta. Escreveu para adultos e crianças. Faleceu em 1994 e o hotel onde morava, no centro de Porto Alegre, foi transformado em Casa de Cultura Mário Quintana. Ganhou exposições, galerias, teatros, biblioteca, videoteca, cinemas e cafés. Um espaço encantador, por onde a alma dele passeia.
Quando passo por lá, subo na biblioteca para ver o boneco sentadinho na porta. O quarto dele foi preservado.
Não tive a oportunidade de vê-o pessoalmente andando pela Rua dos Andradas, mas um professor meu o viu e disse que ele sorria para as crianças.
Bem, agora algumas poesias.


EXAME DE CONSCIÊNCIA
Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?
Mario Quintana - Caderno H



Fere de leve a frase... E esquece... Nada
Convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita.

Mario Quintana

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mario Quintana - Espelho Mágico

O SILÊNCIO
Convivência entre o poeta e o leitor, só no silêncio da leitura a sós. A sós, os dois. Isto é, livro e leitor. Este não quer saber de terceiros, n ão quer que interpretem, que cantem, que dancem um poema. O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio...
Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo



SINÔNIMOS
Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.
Mario Quintana (Caderno H)



O TRÁGICO DILEMA
Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.
Mario Quintana (Caderno H)



O amor é quando a gente mora um no outro.
Mario Quintana



SIMULTANEIDADE
- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.

Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo (Poesia Completa, p. 535)



Um bom poema é aquele que nos dá a impressão
de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!

Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo



DO ESTILO
O estilo é uma dificuldade de expressão.
Mario Quintana (Caderno H)






domingo, 10 de janeiro de 2010

Conecte-se

O filme Avatar me deixou pensativa, emocionada, conectada.
Já vivo tentando estar a par do que acontece no meu mundo e fora dele. Mas esse filme mostrou conexões simples, verdadeiras e, por isso, únicas.
As personagens possuem filamentos na ponta dos longos cabelos azuis que são conectados aos animais e às raízes das árvores. Eles literalmente se unem à natureza. E por isso sabem seu valor e há respeito mútuo. A energia vital provém dela.
Muito se está falando desse filme, seja pelo modelo de exploração que vai acabar com os recursos desse planeta e por isso repetimos a estúpida fórmula tentando saquear outros planetas; seja pela descoberta de um mundo diferente, onde os ditos "selvagens" são muito mais espertos que nós.
Mas a harmonia entre os seres me comove. Eles têm tudo o que precisam. São felizes.
Antes achava estranho algumas pessoas gostarem mais de animais que de pessoas. Sempre gostei mais de pessoas. Tenho algumas dificuldades com animais.
Agora entendo melhor. Animais não são gananciosos, não são interesseiros e não pedem nada em troca. Insisto em acreditar que as pessoas podem ter sentimentos puros como os animais. Sou um animal sentimental, tentando me conectar com minha própria natureza.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ilusões

O tempo é uma ilusão. O amor pode ser uma ilusão boa. As pessoas podem viver num mundo irreal.
Se você parar pra refletir, perceberá (ou não) que tudo o que existe a nossa volta foi criado por nós. Criado a partir de nossas mentalizações, nossos sentimentos, nossos desejos e ideais.
Podemos criar uma bela ilusão (como o poema do Leo que já citei em post anterior) ou uma pintura feia, em preto e branco.
Escolha a melhor paisagem para você visualizar. Imagens mentais não podem ser fotografadas, mas pode ser expressas por uma pintura, um gesto, um sorriso.
Em minha mente existem muitas coisas belas e sujas. As sujas vamos tentando limpar. As belas precisam ser alimentadas.
Alimente sua sanidade mental com coisas boas. Flores, bichos, água. O que te faz bem? Um sorriso, um beijo, ver o mar, mergulhar os pés na água morna, ouvir música, olhar um quadro, ver o verde passando através do vidro do ônibus, ver a terra lá de cima do avião e pensar o quanto somos pequenos, alguém sussurrando no teu ouvido pela manhã, um olhar brilhante, uma criança sorrindo, um adulto sorrindo como criança, um livro, uma poesia, uma borboleta voando ao teu redor, tulipas, girassóis, filmes.
A vida é uma bênção. E nunca estamos sozinhos. Existem pessoas boas cuidando de nós, olhando por nós, pensando em nós.
Conecte-se. Conecte-se com o mundo, com as pessoas, com a natureza, com os animais. Conecte-se com o amor. (já falei sobre isso em post anterior também, e, se você me permite, falarei do amor muitas vezes ainda).
E falarei também das pessoas que conheci em 2009. Pessoas com bons sentimentos, que gostam de escrever, que me inspiram. Haverá um post para cada um de vocês ao longo deste ano.
Por ora, fiquemos com nossas boas ilusões e sejamos felizes.